Estudo do DIEESE, que servirá de base para negociação salarial dos frentistas do Município do RJ, mostra que mesmo com a queda nas vendas de combustíveis, as empresas conseguiram recuperar parte das suas receitas com a margem de lucro por litro comercializado.
A crise econômica que atinge vários setores, não afeta o comércio de combustíveis. Indicadores econômicos mostram que a frota de veículos aumentou e a margem de lucro por litro de combustível comercializado cresceu. Os dados constam na pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) a pedido do SINPOSPETRO-RJ. O estudo vai servir de base para as negociações salariais dos trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência do Município Rio de Janeiro, que começam na próxima semana.
Levantamento feito pela economista Jéssica Naime, do DIEESE, mostra uma recuperação da economia, ainda que tímida, no terceiro trimestre do ano passado e uma queda acentuada na inflação em 2016, em comparação com 2015. Segundo ela, apesar da redução nas vendas de combustíveis ao longo do último ano, as empresas conseguiram recuperar parte das suas receitas(descontada a inflação). No acumulado de 2016, as receitas do comércio varejista de combustíveis cresceram 1,5% e, ao longo dos últimos doze meses, o aumento foi de 2,8%.
Para a Jéssica Naime, o fato do país ter a economia dependente do transporte rodoviário faz com que o consumo de combustíveis permaneça em alta. Por este motivo, o setor varejista de combustíveis deve se sentir privilegiado em relação aos demais segmentos do comércio. Ela destaca que o segmento menos afetado pela crise, no ano passado, foi o de combustíveis.
No estudo, ela aponta também que a retração no comércio varejista de combustíveis no estado do RJ não foi tão intensa como verificada em outros segmentos, já que os empresários aumentaram a margen de lucro nas vendas frente ao preço das distribuidoras. A diferença entre o preço de distribuição e o de revenda se ampliou entre 2015 e 2016 principalmente para o óleo diesel e o GNV( Gás Natural Veicular). Com relação a gasolina, a margem de lucro ficou constante, enquanto no álcool foi registrado queda.
A economista destaca ainda que a frota de veículos no Estado do RJ cresceu e alavancou a venda de combustíveis. No ano passado, a frota aumentou 2,1%, totalizando cerca de três milhões de veículos no Estado.
Apesar do volume de vendas de combustíveis no atacado ter sofrido uma queda de 8,4% entre 2015 e 2016, dados da Agência Nacional de Petróleo(ANP) mostram que o número de fechamento de postos no Estado do RJ apresentou uma retração de -0,1%.